As dificuldades de um governo novo tornam-se mais fáceis se este mantiver os modos e as regra de seus antecessores. ”Uma mudança sempre cria a base para uma mudança sucessiva”. Os homens mudam de opinião e de governo sem muitas vezes agir com a razão e a análise profunda da mudança, pois acreditam que melhoraram e com isto voltam-se contra o regime anterior, podendo cometer um erro irreparável, pois podem com o passar do tempo constatar que pioraram, e aí o caminho para remediar pode ser longo, difícil e muito sofrido.
Quando somado à esta natureza humana de sempre querer mudanças, candidatos a cargos públicos se valem de prometer o novo, mesmo que isto implique em destruir conceitos de vida e gestão que priorizam a sociedade, tem eco nas urnas e são eleitos ou mesmo impostos.
Nos Estados Unidos vimos uma candidatura tida como ruim e danosa triunfar sobre um governo com altíssima popularidade e uma candidata até então imbatível, pois representava a continuidade de um governo que se iniciou e se orientou dentro da política de globalização até então aceita e praticada pela maior potência mundial.
Será que o povo estava satisfeito? Será que apoiavam, por exemplo, a transferência das fábricas americanas para a China com verdadeiro desmonte da indústria local com fechamento de postos de trabalho que levaram cidades importantes como Detroit berço da indústria automotiva virar uma cidade quase que fantasma? Será que o sentimento do povo americano realmente queria um estado forte ou um povo forte? A resposta foi dada e Donald Trump foi eleito.
No Brasil o parlamento deu posse a um novo governo através de uma série de acontecimentos que não vamos relembrar, mas será que este é o governo que queríamos? Neste início de governo, norteado pelo plano “Ponte para o Futuro” que não foi discutido e aprovado pela sociedade, tudo acontece para buscar uma nação forte, que produza superávit para pagar juros dos banqueiros internacionais, medidas impopulares que são geradas todo dia, desde o congelamento de gastos com a PEC 55, que na palavra do Ministro evita o crescimento explosivo entre o PIB e a dívida, e com isto recupera-se a confiança na economia retomando-se os investimentos e empregos, mas não explica como esta equação de fato funcionará. Medidas como a reforma trabalhista, reforma da previdência etc., são apresentadas em nome da correção da economia, mas será isto realmente bom para a maioria dos trabalhadores?
Capital (internacional) e Trabalho tem que se entenderem de forma que nenhuma das partes seja prejudicada, de forma a fechar a equação de equilíbrio. Movimentos de revolta começam a prosperar no país começando pelos estudantes que o governo tenta ridicularizar como que não sabem nem mesmo o que significa PEC e não discutem no campo das ideias.
Nós como entidade de classe, entendemos e apoiamos estes estudantes que mostram sim sua cara. As ideologias e o poder são cíclicos e esperamos que o que está ocorrendo no Brasil e no mundo tragam benefícios aos trabalhadores ou no mínimo não lhes cause retrocesso de conquistas, de sorte a termos sempre predominante a vontade popular. Povo forte, país forte.