Crise energética na China e política em Belarus afetam produção de adubo e ameaçam encarecer alimentos
COLABORAÇÃO PARA O UOL, EM SÃO PAULO
A crise de energia que atingiu a China, com cortes no fornecimento, e a crise política em Belarus podem, em 2022, impactar o preço da comida no Brasil. Os dois países são os maiores produtores e exportadores de fertilizantes e defensivos, e o Brasil, o 4º maior importador. Em 2021, devido às crises, a produção dos insumos caiu, reduzindo a oferta no mercado, a demanda aumentou, com a expansão do agronegócio no Brasil e na Ásia, e os preços dispararam.
O Brasil depende do mercado internacional para suprir a demanda por fertilizantes.
Em 2020, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), das 40 milhões de toneladas de adubos usados no Brasil, 6.3 milhões de toneladas foram produzidas em território nacional. O restante, 85%, foi importado de países como a China, Belarus, Rússia e Canadá. Neste ano, entre janeiro e setembro, o Brasil utilizou 29,1 milhões de toneladas de fertilizantes, 20% a mais que no mesmo período de 2020, e a produção nacional não passou de 4 milhões de toneladas.
A falta de fertilizantes pode impactar a produção agrícola em 2022/2023 porque os produtores de commodities fazem compras antecipadas: o que está sendo usado hoje no plantio da soja, foi comprado em 2020. Para os pequenos produtores, responsáveis por 80% da produção de legumes, frutas e verduras, essa crise já é a principal responsável pela alta nos custos.
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